Scotto (2004, p.
27), define marketing político como o conjunto de determinadas atividades
associadas ao trabalho para um candidato ou partido durante uma campanha, onde
se efetua um amplo conjunto de serviços que vão desde “consultoria nas áreas de
comunicação e marketing político e eleitoral”, “coordenação de campanhas
eleitorais”, “assessoria em campanhas eleitorais”, “elaboração de estratégias”
e “realização e interpretação de pesquisas”.
Barbosa e Perez
(2007, p.292), associam o composto de marketing de produtos e marketing político,
em que o produto corresponde ao candidato, o preço ao custo, ou seja, o voto, e
a promoção à comunicação. Os autores ainda explicam que a escolha do
público-alvo no início da campanha é fundamental para a obtenção do resultado
desejado uma vez que é a partir dessa escolha que o posicionamento da campanha se
irá direcionar.
O marketing
político está direcionado para a construção de uma imagem de longo prazo.
Utiliza as mesmas técnicas do marketing eleitoral, mas assume uma visão mais
ampla. Por outro lado, o objetivo do marketing eleitoral é angariar o maior
número de votos para ganhar uma eleição. A diferença fundamental é, portanto,
uma questão de tempo (Barbosa & Perez, 2007, p. 292) .
O marketing político
tem evoluído ao longo dos anos com as novas tecnologias permitindo deste modo
uma maior participação das pessoas. A utilização das redes sociais permite que
o agente político mostre o seu lado mais pessoal criando esses laços pessoais
com os eleitores. Apostando nas redes sociais e na facilidade de contacto
através de SMS e email permite um contacto direto do candidato eleitoral aos
seus apoiantes.
Através das redes
sociais e contando com algumas equipas especializadas é possível criar grupos
de participação com os mais variados temas. Tomando como exemplo a campanha de
Barack Obama 2008 que criou vários grupos no Facebook, que eram alimentados diariamente,
em que cada um tinha foco diferente permitindo assim uma diversificação no
debate. Desta forma o eleitor podia participar de uma forma mais direta na
discussão. Por outro lado, observou-se a participação de Obama em programas de
cariz mais descontraído para apresentar temas como o “Obamacare” de modo mais
informal, no entanto, não colocou de lado o cariz propagandístico.
Diz-se que nas
eleições autárquicas o eleitor não vota no partido mas sim na pessoa que irá
conduzir os destinos do município, e a nível nacional vota no partido. Assim
podemos dizer que o grande desafio de futuro do marketing político é conseguir
criar empatia entre o candidato político e o eleitorado, tal como fez, e
continua a fazer Barack Obama desde a sua primeira candidatura à Casa Branca.
Quem diria que o
primeiro Presidente negro dos EUA de sobrenome árabe iria ganhar a uma antiga
primeira-dama e a um conceituado senador americano? Ninguém! Daí se afirmar que
essa candidatura mudou, evoluiu, aquilo que era a participação dos
profissionais de marketing numa campanha eleitoral.
As campanhas
eleitorais têm papel fundamental para a divulgação dos candidatos a cargos
políticos em diversas eleições. Deste modo, o eleitorado irá conhecer os seus
futuros líderes e representantes. Assim, surgiu a necessidade de criação de
métodos e estratégias de marketing utilizado pelos mesmos para obterem vitória.
Quanto mais dados os candidatos tiverem a respeito das necessidades dos
eleitores e quanto mais adequado for o seu posicionamento na campanha, mais facilmente
este conseguirá ser eleito.
Numa campanha o marketing funciona
captando todas as informações possíveis, analisando-as e utilizando-as para
elaborar estratégias, que ao serem aplicadas pelo candidato, vão originar novas
reações bem como mais informações. Desta forma, aumenta também o conteúdo e a
qualidade da campanha.
A comunicação
política é portanto um elemento determinante e transversal ao marketing
político que revela através deste exemplo a sua importância para o eleitor, bem
como, para
alcançar uma compreensão do mesmo por parte da opinião pública.
Para ilustrar a utilização do marketing
político na candidatura de Barack Obama, convido-vos a ver o vídeo seguinte:
Bibliografia
Barbosa, I., & Perez, C. (2007). Hiper
publicidade: fundamentos e interface. São Paulo: Thomson Learning.
Scotto, G. (2004). As (difusas) fronteiras
entre a política e o mercado: um estudo antropológico sobre marketing político,
seus agentes, práticas e representações. Rio de Janeiro: Nuap.