terça-feira, 7 de julho de 2015

A importância do marketing político nas eleições

Scotto (2004, p. 27), define marketing político como o conjunto de determinadas atividades associadas ao trabalho para um candidato ou partido durante uma campanha, onde se efetua um amplo conjunto de serviços que vão desde “consultoria nas áreas de comunicação e marketing político e eleitoral”, “coordenação de campanhas eleitorais”, “assessoria em campanhas eleitorais”, “elaboração de estratégias” e “realização e interpretação de pesquisas”.
Barbosa e Perez (2007, p.292), associam o composto de marketing de produtos e marketing político, em que o produto corresponde ao candidato, o preço ao custo, ou seja, o voto, e a promoção à comunicação. Os autores ainda explicam que a escolha do público-alvo no início da campanha é fundamental para a obtenção do resultado desejado uma vez que é a partir dessa escolha que o posicionamento da campanha se irá direcionar.
O marketing político está direcionado para a construção de uma imagem de longo prazo. Utiliza as mesmas técnicas do marketing eleitoral, mas assume uma visão mais ampla. Por outro lado, o objetivo do marketing eleitoral é angariar o maior número de votos para ganhar uma eleição. A diferença fundamental é, portanto, uma questão de tempo (Barbosa & Perez, 2007, p. 292).
O marketing político tem evoluído ao longo dos anos com as novas tecnologias permitindo deste modo uma maior participação das pessoas. A utilização das redes sociais permite que o agente político mostre o seu lado mais pessoal criando esses laços pessoais com os eleitores. Apostando nas redes sociais e na facilidade de contacto através de SMS e email permite um contacto direto do candidato eleitoral aos seus apoiantes.
Através das redes sociais e contando com algumas equipas especializadas é possível criar grupos de participação com os mais variados temas. Tomando como exemplo a campanha de Barack Obama 2008 que criou vários grupos no Facebook, que eram alimentados diariamente, em que cada um tinha foco diferente permitindo assim uma diversificação no debate. Desta forma o eleitor podia participar de uma forma mais direta na discussão. Por outro lado, observou-se a participação de Obama em programas de cariz mais descontraído para apresentar temas como o “Obamacare” de modo mais informal, no entanto, não colocou de lado o cariz propagandístico.
Diz-se que nas eleições autárquicas o eleitor não vota no partido mas sim na pessoa que irá conduzir os destinos do município, e a nível nacional vota no partido. Assim podemos dizer que o grande desafio de futuro do marketing político é conseguir criar empatia entre o candidato político e o eleitorado, tal como fez, e continua a fazer Barack Obama desde a sua primeira candidatura à Casa Branca.
Quem diria que o primeiro Presidente negro dos EUA de sobrenome árabe iria ganhar a uma antiga primeira-dama e a um conceituado senador americano? Ninguém! Daí se afirmar que essa candidatura mudou, evoluiu, aquilo que era a participação dos profissionais de marketing numa campanha eleitoral.
As campanhas eleitorais têm papel fundamental para a divulgação dos candidatos a cargos políticos em diversas eleições. Deste modo, o eleitorado irá conhecer os seus futuros líderes e representantes. Assim, surgiu a necessidade de criação de métodos e estratégias de marketing utilizado pelos mesmos para obterem vitória. Quanto mais dados os candidatos tiverem a respeito das necessidades dos eleitores e quanto mais adequado for o seu posicionamento na campanha, mais facilmente este conseguirá ser eleito.
Numa campanha o marketing funciona captando todas as informações possíveis, analisando-as e utilizando-as para elaborar estratégias, que ao serem aplicadas pelo candidato, vão originar novas reações bem como mais informações. Desta forma, aumenta também o conteúdo e a qualidade da campanha.
A comunicação política é portanto um elemento determinante e transversal ao marketing político que revela através deste exemplo a sua importância para o eleitor, bem como, para alcançar uma compreensão do mesmo por parte da opinião pública.


Para ilustrar a utilização do marketing político na candidatura de Barack Obama, convido-vos a ver o vídeo seguinte:



Bibliografia

Barbosa, I., & Perez, C. (2007). Hiper publicidade: fundamentos e interface. São Paulo: Thomson Learning.

Scotto, G. (2004). As (difusas) fronteiras entre a política e o mercado: um estudo antropológico sobre marketing político, seus agentes, práticas e representações. Rio de Janeiro: Nuap.

Opinião Pública segundo Habermas

A abordagem de Habermas sobre a opinião pública surge a partir de sua obra clássica (Offentlichkeit) sobre a Publicidade Burguesa.
O autor afirma que a opinião pública “é algo que assume diversos significados caso ela seja apelada como uma instância crítica em relação á “publicidade” no exercício do poder político e social normativamente exigida ou como uma instância recetora na relação com a publicidade difundida de modo demonstrativo e manipulativo, sendo ela utilizada para pessoas e instituições, bens de consumo e programas.” (Habermas, p. 274)
A noção de opinião pública para o autor é fundamental, pois baseia-se na racionalização que é intrínseca no ser humano, ou seja, o ser humano tem a capacidade de reagir/racionalizar ao que lhe é exposto. Nesse âmbito, será de mais fácil compreensão as funções da publicidade, pois, ela é caracterizada como crítica e manipulativa, sendo que, uma está voltada para a opinião pública e a outra para a opinião não-pública.
A opinião é formada por usos, costumes, religião e “preconceitos” e no séc. XVIII a opinião pública foi alvo de críticas, pois, ela não podia ser formada individualmente por indivíduos. Para ser considerada “pública”, teria de ser a opinião de um grupo e a opinião dominante.

Aqui fica uma curta entrevista a Habermas:



segunda-feira, 6 de julho de 2015

A responsabilidade social e a política

Hoje deixo-vos dois vídeos que têm como intuito fazer-vos pensar um pouco sobre a responsabilidade social, e um terceiro que coliga a responsabilidade social com a política, por forma a auxiliar a compreensão de quão é importante a responsabilidade social a todos os níveis!





domingo, 5 de julho de 2015

Cidadania e desenvolvimento social



A cidadania expressa-se nas dimensões civil, política e social, revelando-se à posteriori, na liberdade de expressão e opinião, liberdade de participação política bem como, no acesso aos bens necessários à vida e ao desenvolvimento intelectual. Os princípios básicos da cidadania são a liberdade e a igualdade, e assim sendo o desenvolvimento de uma sociedade pode ser medido pelo grau com que estes princípios são expressos e exercitados na forma de direitos e deveres. No meu entender, a cidadania consiste no desenvolvimento social com igualdade.
Tendo em conta o que anteriormente foi referido, a riqueza socialmente produzida, as descobertas científicas e tecnológicas, as artes, a educação e o lazer deveriam ser disfrutadas com igualdade e liberdade para a realização da cidadania. Contudo, na prática o que existe é uma desigualdade imensa dentro dos países e entre países diferentes. Esta situação desigual faz com que uns sejam “mais cidadãos que outros”, pois nem todos têm direito às mesmas oportunidades nem da mesma forma.
A condição anteriormente referida está intimamente relacionada com o desenvolvimento dos países, pois quanto menos equidade de oportunidades existir menos desenvolvido é um país, bem como o inverso. Deste modo, havendo cidadania, haverá desenvolvimento social. Cidadania implica participação, nos seus diversos sentidos e dimensões incluindo a cidadania cultural, que garante o direito à liberdade de expressão e de acesso aos bens culturais.
Combater a pobreza e a exclusão social, existente nas sociedades pouco desenvolvidas, significa fortalecer as capacidades de pessoas e comunidades para satisfazer necessidades, resolver problemas de forma a melhorar a qualidade de vida. Esta situação transporta-nos para um paradigma baseado no desenvolvimento sustentável e integral, que pressupõe a participação ativa das pessoas, a coresponsabilidade do cidadão e das suas organizações.

A participação cidadã nos meios de comunicação tem vindo a aumentar em diversos países, isto também se deve ao facto de os mass media oferecerem espaços de participação, que têm vindo a aumentar cada vez mais, pela diversificação de programas, de conteúdos ou canais mediáticos de caráter educativo-cultural. Deste modo, abre espaço para a participação local nas grelhas de programação dos media. Porém, os mass media têm sido utilizados, na maioria das vezes, com fins de entretenimento submetidos aos interesses económicos e políticos, que representam as classes dominantes.
Segundo, Flores Bedregal, in Kunsch & Kunsch (2007), perante as falácias do conceito de distribuição dos benefícios do desenvolvimento, propõe-se um modelo de crescimento com igualdade, que pretende reduzir as desigualdades sociais. Esta proposta baseia-se num modelo de comunicação que subentende um desenvolvimento sustentável e participativo. No centro da questão, o que está colocado é a permanência do uso dos media em beneficio da cidadania, sendo esta construída pelos próprios cidadãos, na sua interação com as outras forças constitutivas da sociedade. O desenvolvimento só faz sentido se promover a igualdade no acesso à riqueza e o crescimento integral do indivíduo e de todos, ou seja de uma sociedade.
Os movimentos sociais e as ONG’s, encontraram-se durante muito tempo, à margem, dos mass media na representação do seu modo de vida e das suas necessidades comunicacionais, agora passam a criar uma comunicação própria, que participa num processo de mobilização para a transformação social. Criaram-se desta forma, espaços de teledifusão sob a gestão de novos emissores, o que contribui para ampliar a democratização da comunicação, procurando interferir na constituição de um desenvolvimento mais equitativo da sociedade, minimizando as diferenças.
Este tipo de canais representa um avanço na procura do desenvolvimento integral da pessoa humana. São canais que não substituem os mass media, nem têm essa pretensão, mas contribuem na oferta mais plural de conteúdos e inovam nos processos de ocupação das grelhas de programação e na gestão dos veículos, efetuada com base nas organizações da sociedade civil e por meio delas, sem fins lucrativos e tendo como prioridade as finalidades educativas e culturais.
Este tipo de comunicação pressupõe o envolvimento das pessoas de uma comunidade, não apenas como recetoras de mensagens, mas como, protagonistas dos conteúdos e da gestão dos media. A comunicação popular, alternativa e comunitária, revela a sua importância, uma vez que, o poder de comunicação, até há pouco tempo em diversos países, era extremamente centralizado e controlado pelos setores dominantes da sociedade, agora passa a ser democratizado.

Bibliografia


Kunsch, M., & Kunsch, W. (2007). Relações Públicas Comunitárias. São Paulo: Summus Editorial.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

O País onde as vacas são sagradas e a discriminação no Mundo

No mundo existem centenas de culturas e raças diferentes, quase todos os dias nos deparamos com pessoas que têm outros costumes e outras crenças. Há por vezes, pessoas que discriminam outras por não serem da mesma raça, ou da mesma religião, e pessoas que constantemente estão a ser vítimas de preconceito.
Um exemplo de discriminação no seu próprio país é a Índia, onde existem muitas diferenças entre culturas, é o país onde a tradição se cumpre à risca desde há séculos. Desde a religião, onde se conhece o hinduísmo, o budismo, o bramanismo, o ioga, o tantra e outros menos conhecidos como o jainismo e o sankya, à sociedade e diferentes culturas que lá se encontra. E entre estas há uma grande diferença social, eles organizam-se por castas, do mais respeitado até aqueles que ninguém podia tocar, eles agrupavam-se do seguinte modo; os bramas (sacerdotes), xátiras (o povo guerreiro), os vaicias (os comerciantes e artesãos), os sudras (servos), e os dalitis (os coveios e varredores de ruas). Estes últimos são os que mais sofrem com discriminação dentro do próprio país, pois são conhecidos como os intocáveis e impuros. Neste país também as mulheres seguem muito a tradição, o facto de não mostrar muito o corpo e de se casarem virgens, pois se não o fizerem serão apedrejadas em praça pública, ou terão castigos semelhantes. Também nos países como o Paquistão, o Afeganistão, são países onde se sente muito a pressão das tradições. Uma mulher que não use o véu na cabeça ou a turba, ou que mostre um pouco do seu corpo é muito mal vista e muitas vezes são apedrejadas.
Pelo contrário a França, a Inglaterra e países mais desenvolvidos são conhecidos como bons acolhedores de todas as nacionalidades, etnias e religiões, onde o preconceito e o racismo são crime.

Estamos em 2015 e ainda assim é necessário mudar as ideias, opiniões e mentalidades, para que não se assiste a maus tratos de povos e de pessoas, pessoas essas que têm dificuldade em conseguir um emprego e de se relacionarem com outras devido a um estereótipo criado à sua volta.